A CULTURA NO CAMINHO
Começámos ao contrário, ou seja, do ponto de chegada, mas tivemos um ponto de partida, em Atar. O destino era Chinguetti, cidade património da Humanidade, um dos mais importantes centros culturais do Islão e a sua sétima cidade santa. Era um ponto de passagem obrigatório, apesar de nos obrigar a um desvio de cerca de 140 km do trajecto. E valeu a pena.
Visitámos uma das suas 14 bibliotecas, todas pertencentes a famílias, como manda a tradição e também porque os apoios, inclusive da Unesco, são limitados.
E é inacreditável ver como estão conservados uns 700 documentos datados do século 13 (a maior colecção tem uns 900), por exemplo, protegidos do seu maior inimigo – as térmitas. Felizmente, há famílias que estão já equipadas com computadores e a fazer «scanners» de um espólio onde se encontram trabalhos sobre religião, filosofia, matemática, astrologia, etc.
Aproveitámos para ir até ao Eden Resort (não se riam, porque aquilo era mesmo um paraíso para quem vinha de apanhar uns valentes calores), onde um aventureiro decidiu dar um mergulho na piscina (ah ah ah) e aprender que o chá é servido por três vezes.
No caminho para o acampamento, sob o céu estrelado da Mauritânia e uma amena temperatura de uns 40 graus, passámos pela magnífica vila de Meyreth, cuja organização nos surpreendeu pela positiva. Até então, chamar cidade, vilas ou aldeias pelos aglomerados de casebres por onde passámos é um eufemismo.
Sem comentários:
Enviar um comentário