Segunda-feira, 13 - Era dia de Santo António, mas nós, como não tínhamos sardinhas, fomos armados em manjericos visitar o parque nacional de Niokolo Koba. Ouvida a opinião de um dos guardas oficiais do parque, pagas as respectivas portagens, arrancámos convictos que iria ser um dia cheio – prometiam-nos uma bela flora e uma fauna ainda mais rica. O tal guarda até nos disse que, uns dias antes, um leão tinha aparecido junto à estrada.
Pois bem, a flora, sim senhor, era magnífica, mas a fauna... lá se viram uns quantos macacos, uns impalas (ou bicho semelhante), umas galinholas, uns porcos selvagens e... nada mais!
Mas o pior estava para vir. O tal guarda do parque tinha garantido que poderíamos seguir um determinado trajecto, que por acaso até nos encurtava o caminho para Dakar. Pois... Nós, manjericos, acreditámos. Mas a realidade era outra – andámos por picadas por onde há muitos anos não passava uma viatura, através de verdadeiras cortinas de bambú, sem encontrar vivalma, a não serem dois pescadores que, por acaso, também nos informaram...mal!
E chegámos a um ponto em que nem pista, nem trilho, nem nada que se parecesse! O sol começava a descer no horizonte e a opção foi voltar para trás, regressar ao ponto de partida. Assim se fez, sob uma tempestade impressionante, com relâmpagos que tornavam desnecessário o uso de faróis e raios que...os partam, que rasgavam o céu e a cada minuto parecia que iam cair ainda mais perto de nós.
Resumindo, foram 290 km que levaram umas dez horas a fazer! E quando chegámos, as desculpas do guarda (que até nos ajudou a mudar o pneu que furara, mesmo ali à sua beira) não impediram as pragas que lhe rogámos.
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