segunda-feira, 6 de junho de 2011

E continuamos às portas de Tombouctou

Domingo, 5 de Junho Dia de decisões em Portugal, dia de decisões no Mali, onde nos encontramos desde ontem, Sábado, concretamente em Sokolo, onde montámos acampamento já a noite tinha caído, depois de muitos quilómetros por uma pista relativamente em bom estado.
Dia de decisões porque as informações eram contraditórias equacionávamos a hipótese de ir directamente para Tombouctou, via Nampala e Goundam, que seria o trajecto mais curto, ainda que não o mais fácil, dadas as características (estreita e pedregosa) da pista.
Todavia, não foram estas que nos levaram a tomar outra opção, mas sim as muitas opiniões que nos desaconselhavam seguir este trajecto, por razões de segurança. Ouvimos uma, duas, três, inclusive de militares, e todas eram unânimes vão pela estrada que vai a Niono, Segou e Mopti e daqui subam para Tombouctou, cujas portas continuamos.
Esta era a volta que pensávamos fazer no regresso e, assim sendo, decidimos por fazê-la já na ida, não fosse o Diabo tecê-las. Como diz o Mário, somos malucos, mas não somos tolos.
Alterámos por conseguinte a programação e acabámos por pernoitar em Djenné, onde amanhã (Segunda-feira) aproveitaremos para dar uma vista de olhos pelo mercado semanal (que funciona ainda como no antigamente), ver a celebérrima mesquita da cidade, classificada como património mundial pela Unesco.
No caminho, almoçámos uma magnífica perca do Níger no Soleil de Minuit, em Segou, a segunda cidade do Mali, abastecemos as máquinas, demos a volta a um polícia que nos queria cravar por virmos a falar pelos rádios, alegando que violávamos a segurança do tráfego, o que nos fez rir até às lágrimas, quando vemos a forma como aqui se conduz e as cargas (inclusive humanas) que os camiões transportam.  «Quanto me dás?» - perguntava o agente da autoridade. Demos-lhe a «ponta de um corno!» Fomos falar com o seu superior, que acabou por nos pedir desculpa pelo incómodo. Tinha dois dedos de testa, o homem.
Finalmente, apanhámos o ferry das 18:30 horas Djenné fica numa ilha do rio Níger que já esteve outrora ligada ao continente por uma ponte -  e abancámos. Soubemos então que a abstenção tinha sido a grande vencedora das eleições em Portugal.






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