sábado, 29 de outubro de 2011
Reportagem: Aventura em 4x4 - VIEIRA DO MINHO-TOMBOUCTOU 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
A partir de amanhã, num quiosque perto de vocês.
A partir de amanhã, num quiosque perto de vocês. Não deixem de comprar.
Reportagem: Aventura em 4x4 - VIEIRA DO MINHO-TOMBOUCTOU 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Sexta-feira 1 de Julho
Bem sei que é sexta-feira, 1 de Julho, ou seja, que uma semana passou após termos chegado da nossa aventura e que, exactamente por isso, já deveríamos ter escrevinhado umas notas finais. Mas também sei que estes trinta e poucos dias em que estivemos fora, que os quase 14 mil quilómetros que percorremos desde Vieira do Minho a Tombouctou e daqui ao Minho, que as quase 300 horas agarrados ao volante mereciam um descanso. Sobretudo para aquele que, além de ter de alimentar (quase) diariamente os “expedicionários”, ainda tinha que alimentar este blogue também (quase) diariamente. Estou certo, por conseguinte, que todos quantos nos foram seguindo por aqui nos desculparão.
Foram muitos dias, dirão. Pois foram, mas nós continuamos com a sensação nítida de que foram poucos, tanta coisa ficou para ver, para descobrir, para desfrutar. Foram muitos quilómetros, acrescentarão outros. Pois também é verdade, mas só fazendo-os seríamos capazes de atingir o objectivo a que nos tínhamos proposto. Mas foram demasiadas horas a conduzir, argumentarão. E de que outra forma teríamos atravessado Espanha, Marrocos, Mauritânia, Mali, Senegal...e regressado, em um mês e alguns dias? Pena temos nós de não termos condições para andar por ali mais tempo...
Em resumo, haverá quem diga que foi uma aventura louca e defenda os anteriores e outros argumentos para justificar a qualificação desta viagem. São certamente respeitáveis, mas a realidade é que, ou ela se fazia assim, ou não se fazia. A nossa opção foi fazê-la. Os outros...ficaram em casa, de pantufas, o que também é legítimo. Mas opções são opções e cada qual toma as que entende e pode. Pela nossa parte, não nos arrependemos minimamente de termos concretizado aquela ideia “amalucada” lançada pelo Mário.
E não nos arrependemos porque muitas foram as sensações, várias as peripécias, agradáveis os convívios, deslumbrantes as paisagens, belas as noites estreladas do deserto, forte o sentido de entreajuda, inesquecíveis as dunas, as picadas, os trilhos, as fronteiras, os cheiros, as cores, a confusão das urbes e a tranquilidade imensa do deserto, a surpreendente simpatia dos nativos, os momentos de boa disposição, de risota, o sentir a adrenalina da dificuldade antes de a ultrapassarmos, a alegria de termos chegado... Não é fácil descrever o que foi esta aventura – e chamo-lhe aventura porque, de facto, foi uma aventura! – tantos momentos houve dignos de registo.
Tentámos ainda assim transmitir um pouco do que foi o nosso dia a dia, mas reconhecemos que foram simples pinceladas de um quadro muito complicado de reproduzir. As imagens ajudam a visualizá-lo, mas nem mesmo estas conseguem transmitir completamente as sensações, aas experiências, as vivências que todos nós guardamos e que iremos para sempre recordar.
Devemos, por isso, um enorme agradecimento a todos quantos nos apoiaram, nomeadamente a Câmara Municipal de Vieira do Minho, o jornal O JOGO, a Safenor, a oficina VCI, a JIPAVENTURA e, claro, a todos aqueles que com os seus comentários, incitamentos e também críticas nos acompanharam à distância.
Provavelmente não mais algum de nós voltará a Tombouctou, mas podemos dizer – eu já lá estive! E voltei! O que não é de somenos importância. E com o espírito aberto para novas aventuras!
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Europa à vista
Chegamos a Tânger! Já se avista a Europa! Falta apanhar o ferry, atravessar Espanha, provavelmente jantar uns miminhos de porco preto e amanhã, Sexta, seguir viagem! Se não houver incidentes, deveremos entrar em Vieira do Minho lá para as 18 horas! Boa hora para a sardinha! Esperamos…
terça-feira, 21 de junho de 2011
Sexta-feira em Vieira
Se não houver tarantantan!
Estamos a comer um franguinho no espeto, em Tan -Tan, a uns 600 quilómetros de Marrakesh onde iremos pernoitar.
Depois da feijoada de ontem à noite, hoje até o “Mancha Negra” parece andar mais rápido. Se tudo correr bem e não acontecer nenhum tarantantan pelo caminho, deveremos entrar em Vieira do Minho na Sexta-feira, ao fim da tarde. Esperemos que o presidente Dr. Dantas prepare uma boa recepção! Uma sardinhada vinha mesmo a calhar…
segunda-feira, 20 de junho de 2011
E o militar resignou-se: “Nem me vou chatear!”
A propósito de viaturas, recordo uma que nos aconteceu quando saímos do Senegal com destino à Mauritânia. O militar senegalês pediu-nos, além da documentação habitual, o seguro dos carros e o documento autorizando a que circulassem pelo país. No Senegal, refira-se, está proibida a entrada de viaturas com mais de cinco anos.
O Mário lá lhe disse que não tínhamos nem uma coisa, nem outra. Quando entrámos no Senegal, ninguém nos pediu para tratarmos de uma coisa e outra... O militar abriu a boca de espanto e disse: “Estás a dizer-me que atravessaste todo o país sem nenhum desses documentos?” A resposta foi naturalmente simples: sim!
O homem pegou nos passaportes, carimbou tudo, e finalizou com esta tirada: “És um tipo com tanta sorte que nem me vou chatear. Boa viagem!”
O nosso muito obrigado, porque se fora outro...poderíamos ter de voltar ao ponto de partida, ou seja, umas largas centenas de quilómetros atrás.
Onde há carros legais sem qualquer tipo de documento
St. Louis - Todos sabemos que os transportes em África, a par da electricidade, da água, dos esgotos e de muitas coisas mais, são um problema. Os táxis colectivos, por norma carrinhas a caírem de podre, mas todas pintadas com as mesmas cores e aqui decoradas ao gosto do motorista, são fundamentais para a resolução do problema.
Mas em St. Louis há um tipo novo de táxi que desconhecíamos – são autênticos “chassos”, a caírem de podre, que apenas podem circular na cidade, pois nenhum deles tem qualquer tipo de documentação. A polícia fecha os olhos e deixa que aquele ferro velho funcione. A troco, claro, de uma pequena contribuição que o taxista entrega mal começa o serviço.
Uma barrigada de lagosta
St. Louis - O rapaz que nos indicou o caminho para o parque de campismo, ali à beira mar plantado, e nos arranjou o peixinho para o jantar, serviu-nos de cicerone na manhã seguinte, falando um espanhol muito razoável, e, além disso, comprou-nos uns quilos de lagostas, vivinhas. Como alguém diz, não foi caro, mas também não foi barato. O rapaz lá tinha de ganhar a vida.
Nem queiram saber a barrigada de lagosta que apanhámos já na capital mauritana...
Sábado, 18 – Uma bela cidade colonial à beira da destruição
St. Louis – Foi antiga capital da Mauritânia e sede do governo francês no tempo colonial. Não é de estranhar por conseguinte que a cidade esteja repleta de belos imóveis da época, muitos gauleses, alguns portugueses, que também por aqui passaram. Muito do tráfico de escravos passou por St. Louis e ainda hoje aqui existe as masmorras onde estes aguardavam o destino final. Conta-se mesmo que durante muitos anos, após a independência, nenhum senegalês ocupou as casas.
A pesca é a actividade fundamental da população e passear pelo meio da lota é um espectáculo único, sobretudo se o passeante não tiver uma grande sensibilidade olfactiva. O cheiro a peixe podre é nauseabundo e o chão, terra batida, está pejado de larvas. Nada que afecte as centenas de peixeiras que ali se encontram e que até parece ali viverem. Em compensação, quando manhã cedo chegam os barcos da faina, dá gosto ver a frescura do peixe e dos mariscos.
St. Louis é uma cidade cosmopolita – perdemos o seu festival de jazz anual por uns dias. Mas é triste ver como caminha a passos largos para a destruição. Poucas casas estão recuperadas e a esmagadora maioria mais parece ao abandono. Disseram-nos que a Unesco a classificou como património mundial, mas se assim é... muito tem ali que fazer.
Quem estará a aldrabar?
É uma pergunta para a qual não tenho resposta. O João “Labaredas” diz que o Mário atascou violentamente neste percurso pela praia; o Mário diz que é mentira, que não houve atascanço nenhum, que apenas tiveram de esperar umas três horas até que a maré baixasse...
Qual deles estará a aldrabar? Um dia se saberá!!!
Dois a dormir em Marrocos, quatro na Mauritânia
Em Nouakchott, capital da Mauritânia, onde dormimos de Sexta para Sábado passados, e por onde passámos como vão por vinha vindimada, já que aqui nada há para ver, decidiu-se que o Defender do Mário e o Disco do João iriam pela praia e o “Mancha Negra” seguiria pelo alcatrão, já que o injector continuava sem funcionar. O reencontro seria já em Marrocos, logo após a fronteira, ou em Dakhla, caso os primeiros não conseguissem chegar ainda com esta aberta.
Como tal não foi possível, dois (o Eládio e a Isabel) dormiram em Marrocos, os outros quatro na Mauritânia. Separados por três quilómetros apenas, mas sem nenhum tipo de comunicação, já que a rede telefónica desse lado não funcionava.
Como combinado, reagrupámo-nos em Dakhla, no Domingo.
Peixe à borla
O tal de Espinho tinha-nos dito que, por ser domingo, não havia peixe à venda. Aqui não nos enganou. Quando entrámos na zona da lota, onde alguns barcos ainda descarregavam peixe, perguntámos se nos vendiam algum para o jantar. Não senhor, não vendiam. Deram! Dois peixões que aparentavam ser robalos (mas não eram) era um senhor pargo mulato. À borla!
Um pescador de Espinho e o preço da lagosta
Foi aqui que encontrámos, por volta da hora do almoço, um português, pescador natural de Espinho, que aqui se encontra radicado com o pai. Estabelecemos conversa e, por via das dúvidas, procurámos informação. Como era domingo e o comércio estava fechado, queríamos saber onde comprar peixe e, se possível, um marisquinho. Quanto custa o quilo da lagosta no mercado? – perguntámos.
Que peixe nem pensar, só no dia seguinte e que a lagosta rondava os 30 euros. A resposta foi categórica, mas estranhámos – é que no menu do restaurante o quilo estava a 25! Portugal não facilita quando se trata de negócio!
Segunda-feira, 20 – A surpreendente Dakhla
É verdade, já estamos em Marrocos desde ontem, mas como se meteu o fim-de-semana, passagens fronteiriças, com o nosso grupo a partir-se em dois... não houve tempo, condições técnicas e também, admitamos, paciência, para actualizar o nosso blogue. Façamos então um resumo do que foram estes últimos dias.
Hoje, Segunda-feira, estamos em Dakhla, onde chegámos ontem, por volta da hora do almoço. Havia informação de que a cidade estava muito bonita e na verdade fomos surpreendidos pela limpeza, pela organização, pelo traçado das suas ruas, pelas construções modernas, restaurantes, cafés, salão de chá digno de qualquer capital europeia, hotéis, enfim, bonita cidade esta! Vale a pena o desvio.
Ano e meio a passear por África
Estávamos no camping quando chegou um Defender 110, artilhado até aos dentes. Nele viajavam um casal e um cão.
Nestas situações, entrar em diálogo é fácil e ficámos então a saber que o simpático casal, já não muito jovem, andava a percorrer África numa viagem com duração prevista de ano e meio!!!
E dizem os nossos amigos aí que a nossa demora tempo demais...
(Texto: Eládio Paramés)
(Texto: Eládio Paramés)
Era para estar no Danúbio mas veio parar aqui
É uma ponte em ferro, obra do gabinete de Eiffel, que liga a ilha onde se situa St. Louis ao resto do país. Foi aqui colocada em 1858, por acaso!!!
A ponte estava destinada a ser instalada no Danúbio, mas por um erro no transporte ou por outra razão qualquer, que desconhecemos (a versão do erro de transporte não nos “cheira” muito bem), veio aqui parar. Cá para mim, foi “golpada” do francês que, na época, era o governador geral da região, mas fosse qual fosse a razão, a ponte cá ficou, é útil e até nem fica mal.
(Texto Eládio Paramés)
De Dakar a St. Louis com monumental atascanço
Sexta-feira, 17 – Chegámos ontem ao fim da tarde a St. Louis, antiga capital do Senegal, cidade recheada de história por onde passaram franceses, ingleses e, naturalmente, portugueses.
Despedimo-nos de Dakar após um excelente almoço oferecido pela Guadalupe e pelo Filipe, casal que, desculpem a insistência, nos recebeu como se da família fossemos. Agradecemos-lhe a hospitalidade e sobretudo a amizade.
Dois foram pela praia, o terceiro pelo alcatrão, pois sem o problema do injector resolvido o Disco continua a ser “Mancha Negra” e não era razoável arriscar numa zona onde é necessária potência. Que é precisamente aquilo que não tem.
E a decisão foi correcta, pois o João Labaredas acabou por ter um atascanço monumental, ficando com o chassis na areia e as quatro rodinhas no ar. Sair de lá, saiu, mas o Mário Pinto ainda hoje se queixa das costas. Diz que foi da pá...
Reunimo-nos na cidade, fomos ao mercado comprar peixe fresco, abancámos num camping junto à praia e, depois da grelhada, dormiu-se maravilhosamente bem.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Taxa de desenvolvimento
Estes países não deixam de nos surpreender. Já nos tínhamos habituado a pagar portagens em estradas “manhosas”, de valor sempre igual, 500 francos, no Mali. Inesperadamente, surge uma barreira na estrada, frequentemente cortada com bidões, e aparecem uns cobradores, com coletes que os identificam e nos passam o correspondente recibo.
Mas em Kita surgiu uma nova versão – a taxa de desenvolvimento. Foram 1000 francos. Também com direito a recibo. Interrogámo-nos: mas isto é para desenvolver o quê?
É Domingo, estrada fechada
Na estrada que liga o Mali ao Senegal, de Kenieba a Kedougou, outra surpresa. Camiões parados, carrinhas paradas, uma barreira de troncos impedia a passagem. Que se passava? Simples! Por estas bandas, os japoneses constroem as pontes, os chineses as estradas. Mas ao domingo...não trabalham e quem quiser seguir viagem ou espera ou procura alternativas. Havia quem já ali estivesse há duas noites!
No nosso caso, optámos pela alternativa e lá fizemos um desvio de nove km que nos obrigou a atravessar um rio, o Bafing, pelo caminho das pedrinhas, sabiamente indicado pelas muitas crianças que já sabem ter ali o seu divertimento semanal.
Como tudo correu bem, até foi engraçado e evitou-nos perder um dia de viagem. Pouco depois, estávamos no Senegal.
Fronteiras – Onde as há?
Domingo, 12 – Sabíamos que para o Senegal não eram necessários vistos, mas também sabíamos que a entrada de viaturas com mais de cinco anos é proibida. Tínhamos, inclusive, solicitado, através dos bons ofícios da Guadalupe e da Embaixada de Portugal, uma autorização especial para entrarmos com os nossos “chassos”.
Mas onde estão as fronteiras, os postos fronteiriços? Já estávamos com mais de 50 km de Senegal quando encontrámos o primeiro posto de polícia. Amável, o agente primeiro disse-nos que deveríamos ter dado entrada no país por outro local, e só depois de ter percebido que ali chegáramos por outro local, e que para ir até ao que ele indicava, obrigava a nova entrada no Mali é que lá fez o trabalho e nos carimbou os passaportes.
E mais não pediu. Obrigado!
Espetadas de cabra ou algo parecido
Domingo, 12 – Já no Mali, deu-nos a fome e, ao atravessarmos uma aldeia e o seu tradicional mercado, demos de caras com um restaurante à beira da estrada.
Menu do dia – espetadas de cabra, ou lá o que aquilo era, feitinhas na hora, no carvão, servidas em papel de embrulho. Tudo simples, tudo higiénico! E baratinho! E que bem nos souberam...
Tranquilizem-se: estamos bem de saúde!
O fim da picada
Segunda-feira, 13 - Era dia de Santo António, mas nós, como não tínhamos sardinhas, fomos armados em manjericos visitar o parque nacional de Niokolo Koba. Ouvida a opinião de um dos guardas oficiais do parque, pagas as respectivas portagens, arrancámos convictos que iria ser um dia cheio – prometiam-nos uma bela flora e uma fauna ainda mais rica. O tal guarda até nos disse que, uns dias antes, um leão tinha aparecido junto à estrada.
Pois bem, a flora, sim senhor, era magnífica, mas a fauna... lá se viram uns quantos macacos, uns impalas (ou bicho semelhante), umas galinholas, uns porcos selvagens e... nada mais!
Mas o pior estava para vir. O tal guarda do parque tinha garantido que poderíamos seguir um determinado trajecto, que por acaso até nos encurtava o caminho para Dakar. Pois... Nós, manjericos, acreditámos. Mas a realidade era outra – andámos por picadas por onde há muitos anos não passava uma viatura, através de verdadeiras cortinas de bambú, sem encontrar vivalma, a não serem dois pescadores que, por acaso, também nos informaram...mal!
E chegámos a um ponto em que nem pista, nem trilho, nem nada que se parecesse! O sol começava a descer no horizonte e a opção foi voltar para trás, regressar ao ponto de partida. Assim se fez, sob uma tempestade impressionante, com relâmpagos que tornavam desnecessário o uso de faróis e raios que...os partam, que rasgavam o céu e a cada minuto parecia que iam cair ainda mais perto de nós.
Resumindo, foram 290 km que levaram umas dez horas a fazer! E quando chegámos, as desculpas do guarda (que até nos ajudou a mudar o pneu que furara, mesmo ali à sua beira) não impediram as pragas que lhe rogámos.
A Estrada Lunar
Terça-feira, 14
Foi rolar até Dakar, por uma estrada alcatroada que, de início, até parecia uma auto-estrada. Mas foi sol de pouca dura, pois após Kaoback aquilo tornou-se numa superfície lunar, tamanhas eram as crateras. Já eram assim há 15 anos, quando o Mário por aqui passou. Calculem, por conseguinte, como elas cresceram desde então.
Ainda por cima, o Disco do Eládio voltou a furar...a 22 míseros km de Tambacounda, onde foi possível reparar os dois pneus (um tinha ido à vida na noite anterior, felizmente que no sítio certo – se é que há sítio certo para furar – mesmo quando nos preparávamos para montar acampamento).
Menos mal que se aproveitou o tempo para tomar o pequeno-almoço porque com a chuva que caíra toda a noite e manhã impedira de tomar no acampamento.
O Mancha Negra
Aliás, esta avaria, detectada já em Bamako e não resolúvel, até já deu origem a uma “alcunha” - como o injector do quinto cilindro não funciona correctamente, a fumaceira é tal que passou a ser conhecido pelo Mancha Negra!
Anda devagarinho, mas tem uma vantagem – vê-se à distância.
Anda devagarinho, mas anda, e estou convencido que há-de chegar a Vieira do Minho!
Um dia na oficina a duas velocidades - Devagar e…parados!!!
Como estivemos estes dias sem acesso à net, vamos fazer um reset do que foram estes últimos dias, começando pelo de hoje, em que escrevinhamos estas linhas, ou seja, Quarta-feira.
Foi um dia “estupidificante” - não sei se o termo está contemplado no acordo, mas se calhar até está. Como tínhamos jantado que nem lordes (ó Tinoco, isso aí em Braga sem o Mário não é a mesma coisa!), dormido bem e pequeno-almoço do melhor, fomos para o concessionário da Land Rover bem dispostinhos. O Defender iria meter amortecedores novos, o Disco verificar a possibilidade de melhorar a injecção ou, pelo menos, confirmar se o problema era mesmo esse.
O Mário saiu de lá eram quase cinco da tarde, o Eládio já depois das seis!!! Aqui em África é difícil montar um par de amortecedores e mais ainda ligar o carro à máquina e fazer o diagnóstico da situação. E até para pagar a conta há que esperar... Tudo funciona a duas velocidades: devagar e parados!
Menos mal que o Defender ficou pronto, mas o Disco vai continuar a trabalhar aos soluços e para ele tudo que seja areia (leia-se praia) acabou!
Súbita e Inesperadamente…Chegou o “Amortecedor” do Mário
Quarta-feira, dia 15 – Tinha sido um dia difícil, o da chegada a Dakar. Sobretudo pela quantidade de quilómetros que tivemos de fazer e pela lentidão com que os fizemos, muito por causa de um problema num injector de um dos Disco, que limitava a sua velocidade a uns míseros 80 km/hora... quando em terreno plano.
Mas que acabou em beleza, para nós e, em especial, para o nosso Mário Pinto. Para nós porque a Guadalupe e o Filipe nos receberam principescamente, como aliás esperávamos sabendo como eles são e se comportam com os amigos – hospitalidade, amizade, disponibilidade total, ou seja, fizeram nossa a sua casa e, além disso, ainda fizeram questão de pagar o magnífico jantar. Casal não cinco, mas dez estrelas. Cada, claro! Para o Mário, porque nos surpreendeu a todos... Explicamos:
O homem veio toda a viagem a dizer que tinha mandado vir de Portugal um par de amortecedores para substituir um que se tinha partido. Viriam no voo da Tap que saíra de Lisboa às 22 horas de Terça-feira e, por isso, tinha de estar no aeroporto por volta da uma da manhã. E pouco antes, ele e o Filipe lá arrancaram para o aeroporto, para levantar o material.
Mas, qual não foi o nosso espanto, quando, súbita e inesperadamente, ele regressa trazendo não só os amortecedores mas o seu muito especial “amortecedor” - a sua mulher! É verdade, a Paula está aqui connosco e vai acompanhar-nos até ao fim. Bem-vinda a bordo, Paula!
terça-feira, 14 de junho de 2011
Terça-feira, 14 de Junho
Chegamos a Dakar e o nosso primeiro pensamento foi para o Jorge, que nos deixou na Sexta-feira em Bamako. Sabemos quanto ele gostaria de estar aqui e ele sabe quanto nós gostaríamos que ele aqui estivesse.
Foram dias alucinantes desde o Senegal estar fechado por ser Domingo, furos, amortecedor partido, reabrindo pistas por onde há muito só passavam macacos, de noite, mas iluminados por uma assustadora trovoada, aconteceu de tudo um pouco, nos mil quinhentos e vinte quilómetros e trinta e três de condução que separaram as duas capitais.
Há portanto muitas histórias para contar, mas não hoje porque nos espera um bom banho, um bom jantar e uma boa cama.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
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