Vieira do Minho - Tombouctou 2011
Tombouctou (designação francesa de Timbuktu ou Timbuctu) é uma cidade à beira do rio Níger, no Mali, e uma das sete Cidades Sagradas do Islão. É secular a sua história enquanto entreposto comercial ligando a chamada África Negra através do deserto do Sahara até ao norte de África e, daqui, à Europa.
Tombouctou tornou-se num acampamento sazonal para os nómadas Tuaregs, julga-se que desde o início do século X, e a sua expansão ficou a dever-se ao papel-chave que desempenhava no comércio transahariano de ouro, marfim, escravos e sal, entre outros. Atingiu o seu apogeu no início da década de 1500 quando as histórias das suas fabulosas riqueza (acreditava-se que as suas ruas eram pavimentadas a oiro, tal como os telhados das casas) despoletaram o interesse europeu pela costa ocidental de África.
A sua relativa inacessibilidade não impediu que portugueses ali chegassem no século XVI, utilizando-a também como entreposto comercial, mas a descoberta de rotas alternativas às da travessia do maior deserto do Mundo deu começo ao seu declínio, o qual se acelerou a partir de 1591, quando foi tomada por mercenários às ordens do sultão de Marrocos.
Apesar de não ter o esplendor da sua época áurea, e de estar a ser «engolida» pelas areias do deserto, Tombouctou continua a ter importância enorme como «depósito do saber» e por isso foi classificada pela Unesco, em 1988, como Património Mundial em perigo. E a ser uma lenda para quem gosta de viajar!
A prestigiada universidade de Sankoré ainda funciona e a cidade alberga o famoso Centro Ahmed Baba, onde se guardam uns 20 mil manuscritos árabes antigos, que retratam mais de um milénio de conhecimento científico islâmico.
Djingareyber, uma das suas três mesquitas, é uma construção em barro cujo estilo, segundo se diz, terá inspirado Antoni Gaundi.
Motivos de interesse, por conseguinte, não faltam. Tombouctou é conhecida pela «inacessível», mas nós havemos de lá chegar! Antes que o deserto a «engula»!
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